QUEM SUPORTA O DEVIR?
A fenomenologia "fracassa" ao pensar a heterogeneidade fundamentalmente em jogo no devir. Com efeito, ela só pensa senão um devir-mesmo (a forma em vias de nascer, o aparecer da coisa) e não o que devia ser um pleonasmo - um devir-outro (...) (...) Seu tema é o começo do tempo, a gênese da historicidade (...) (...) Com isso a historicidade em Deleuze está ela própria em devir, afetada dentro de si por uma exterioridade que a mina e a faz divergir de si. Em definitivo, esse duelo de dois pensamentos do acontecimento, da gênese, do devir, um podendo reivindicar o 'ser", o outro não vendo nisso senão uma tela ou uma palavra, não seria o duelo de uma concepção cristã e uma concepção não-cristã do novo? (...)
François Zourabichvili - do livro O vocabulário de Deleuze
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