O HORROR
Na morte de uma outra pessoa, enquanto esperamos, nós, os sobreviventes, que continuamos a vida daquele que junto a nós repousa imóvel, descobrimos súbitamente que a nossa expectativa se resolve em nada. Não que um cadáver seja nada, mas sim porque esse objeto, esse cadáver está marcado pelo sinal nada. Para nós que sobrevivemos, esse cadáver, cuja próxima purulência nos ameaça, não corresponde a nenhuma expectativa semelhante à que tínhamos tido enquanto esse corpo estendido vivia, mas, antes, a um terror: por isso esse objeto é menos do que nada, pior do que nada.
George Bataille - do livro O erotismo
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