Enfim, as crenças, tão frágeis, tão poderosas, norteiam e fazem consistir o real. Entre elas o delírio insinua-se como tecido de sustentação para um eu franzino. No entanto, é preciso viver. A psiquiatria não quer isso. Ela só quer sobreviver às custas da reprodução de uma dependência abjeta aos seus remédios. São tratores da mente. Desconsideram a finura existencial dos espíritos livres. Anseiam por um mundo clean. Ao contrário, há remédios não cadastrados que impulsionam a mente para um desmentido radical. O corpo “essencial” é invisível e não capturável pelos ardis da tecno-medicina. O coletivo é a abstração concretizada na carne, onde vasos, nervos, ossos e vísceras contém o infinito. Chame a aurora no lugar do médico. Confesse ao sol no lugar do psiquiatra. Brinque com a lua no lugar do hipnótico. Dá certo.
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