QUEM ESCUTA O ESQUIZOFRÊNICO?
Os sintomas são signos, multiplicidades. Eles sustentam um real impossível à razão. Os sintomas são afetos, vivências dos sintomas ou de um sintoma. Todo sintoma chega carregado de intensidade e com um sentido. Uma subjetividade esquizofrênica é sobretudo uma subjetividade em processo onde circulam intensidades fluidas, soltas e o sentido em produção/destruição contínuas. Por isso o esquizofrênico incomoda à Ordem. E se a psiquiatria surge à sua frente, é porque traz na retaguarda a homologação da sociedade e de suas instituições produtoras de sujeitos passivos. Os afetos são processos. O sentido é produzido. Quem suporta tal grau de dissolução das crenças básicas? Não o psiquiatra, com certeza. Não a família ou a sociedade. Então, que podemos “oferecer” ao esquizofrênico ?
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria, a ser lançado no dia 25/10/2011, em Vitória da Conquista
Nenhum comentário:
Postar um comentário