quinta-feira, 13 de outubro de 2011

QUEM ESCUTA O ESQUIZOFRÊNICO?

Os sintomas são signos,  multiplicidades.    Eles   sustentam um real impossível à  razão. Os  sintomas  são afetos, vivências dos  sintomas  ou de um sintoma. Todo  sintoma  chega carregado de intensidade e  com um sentido. Uma  subjetividade esquizofrênica é sobretudo  uma subjetividade em processo onde  circulam intensidades fluidas, soltas e o sentido  em produção/destruição  contínuas. Por  isso o esquizofrênico  incomoda à  Ordem. E se a  psiquiatria surge  à  sua  frente, é porque  traz  na retaguarda a  homologação da  sociedade e de  suas  instituições produtoras  de sujeitos passivos. Os afetos são processos. O sentido é produzido. Quem suporta  tal   grau de  dissolução  das  crenças  básicas? Não o psiquiatra, com certeza. Não a família ou a sociedade. Então, que  podemos  “oferecer” ao  esquizofrênico ? 

Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria, a ser lançado no dia 25/10/2011, em Vitória da Conquista

Nenhum comentário:

Postar um comentário