sábado, 8 de outubro de 2011

Grupos: tempo e caos (*)

                                                        Antonio Moura

           A  maior parte dos  grupos  humanos está  assujeitada   a instâncias transcendentes. Pode ser  o eu  do líder, o nome  da família, a  imagem do rei, as palavras  do mestre, certa  filosofia, as  coerções de  uma  organização, a competitividade, a  palavra da mídia, a  ciência,  o consumo automático, a  arte,  a  revolução, Deus, o partido,  etc. A lista  é praticamente  infinita. O que  esses dados  heterogêneos  tem  em comum é  a função de   conduzir   o grupo  em direção a   objetivos  fora  dele mesmo. Ou seja, o grupo  só existiria  a partir de algo que  o ultrapassa  como vivência  concreta de  si. Essa  vivência recolhe  o que  vem de  fora  (pois nenhum grupo   surge  do nada ) e ergue uma crença no seu   imaginário a qual  se  torna  parte de um senso comum  grupal. “Todos pensam assim”. Tal crença  coletiva  faz  do  grupo  uma  natureza que o “autoriza”   a assumir  uma  espécie  de essência,  forma e  status. Irão aí  medrar as  futuras  burocracias e os  micro-fascismos, de  onde  a instituição da  Grupalidade  fabrica um   refúgio bem sucedido    das   forças  do  tempo e do caos. “Você não  é dos  nossos”. “Morte  ao  estrangeiro”, “só entra  aqui sendo...” são palavras  de ordem que  passam a ressoar na  vida  do  grupo  como formações inconscientes. Isso significa  que as pessoas, os  indivíduos, os  eus não estão  no   jogo. No seu  lugar  o   desejo grupal  maquina   corpos em busca de  territórios  estáveis  onde alguém se reconheça. “Eu sou  o  grupo”. Trata-se  de uma subjetividade  grupal.

(*) Texto em elaboração

Um comentário:

  1. Excelente!!!! Vá em frente que tá demais!!!

    kkkkkkkkkkkkkkkk

    Bora Baeeeaaa agora!!!!

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