segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LIMITES DA GENÉTICA

O fatalismo genético, ao absolutizar o poder dos genes no comando da nossa existência, cria a ditadura dos genes ou a biocracia do gene egoísta, em detrimento da realidade de que a natureza é um processo de interação continuada.
Nada mais elucidativo do que estou dizendo que as poéticas e sedutoras palavras do cancerologista brasileiro Drauzzio Varella, em defesa do fatalismo genético: "Em silêncio, um seleto grupo de homens e mulheres de línguas variadas, por uma questão de curiosidade, aprendeu como extrair do núcleo das células a estante móvel onde se acham arquivados um a um todos os nossos gens: o DNA, molécula grande, espiral de rara delicadeza estética, encarregada de armazenar as informações por tudo que somos". 
Esta é uma incompreensão de uma verdade básica: há uma interação entre o meio ambiente e a hereditariedade na determinação da existência de qualquer ser vivo, do mais simples ao mais complexo.

Fátima Oliveira (*) - do texto Os múltiplos significados e implicações do fatalismo genético,1994.

(*) Médica clínica geral. 

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