sexta-feira, 9 de novembro de 2012


HEGEMONIA FARMACOLÓGICA

(...) (...) A  clínica psicopatológica tornou-se a clínica psicofarmacológica. Isso não é um mal em si, mas um fato da cultura médica  que incide sobre o  trabalho com o paciente. Em termos  empíricos, o próprio  paciente torna-se  um produto de forças institucionais; elas fabricam a clínica e por extensão o paciente. Tais forças  se explicitam na  psiquiatria, são a psiquiatria. No espaço do atendimento, do exame, do encontro com o paciente, elas se concretizam como rostidade  farmacológica.  É  um regime de aparência corporal,  semiótica, que traça uma  linha terapêutica antes mesmo de começar o tratamento. Daí, a dificuldade em saber o que sente aquele que nos procura ajuda.Vivemos um tempo de técnicas puras. Quem aguenta isso?
(...)
A.M.

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