LOUCURA NÃO É DOENÇA
(...) (...) É possível ir para além de 1-um mundo interno; 2- uma consciência; 3- um eu; 4-um cérebro. O "subjetivo" ultrapassa a barreira das entidades fixas do psiquismo. Devido às codificações sociais, isso não é fácil de perceber, mesmo ao clínico mais arguto.O construto “doença mental”, ”transtorno mental” ou “transtorno psicológico” encobre as linhas vivenciais do paciente. Realiza uma espécie de decalque do patológico, cadastrando-o num diagnóstico fixo e essencial. Os processos subjetivos “desaparecem”. Trata-se da instauração de um regime de verdade: o diagnóstico. Por isso, necessitamos inserir a vivência da loucura como antimodelo da subjetividade. Na verdade, a loucura se “constitue” de vivências múltiplas que não se conjugam em torno de um centro ordenador. Antes de serem consideradas psicóticas, tais vivências expressam linhas de vida não codificáveis. Depois, se for o caso, sendo psicóticas, permanecem como o fundo existencial não adoecido. Não se trata de uma essência imutável, mas por singularizações compondo uma multiplicidade, mesmo que seja cortada de seus nexos produtivos, caso do esquizofrênico crônico. Sendo assim, tomemos os processos subjetivos como linhas singulares da existência compondo multiplicidades. Tentaremos estabelecer aportes mínimos para tais categorias teóricas. Elas se ancoram no exercício de uma clínica da diferença encravada em ações práticas.
(...)
A.M.
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