sábado, 10 de novembro de 2012

LOUCURA NÃO É DOENÇA

(...) (...) É  possível   ir para além de 1-um mundo interno; 2- uma  consciência; 3- um  eu; 4-um cérebro. O "subjetivo" ultrapassa a barreira das entidades fixas do psiquismo. Devido às  codificações sociais, isso não é fácil de perceber, mesmo ao clínico mais arguto.O construto  “doença mental”, ”transtorno mental” ou  “transtorno psicológico” encobre as linhas  vivenciais  do  paciente. Realiza uma espécie de  decalque do patológico,  cadastrando-o num  diagnóstico fixo e essencial. Os processos subjetivos “desaparecem”. Trata-se da instauração de um regime  de  verdade: o  diagnóstico. Por  isso,  necessitamos inserir a vivência  da loucura  como antimodelo da  subjetividade. Na verdade, a loucura se “constitue” de vivências múltiplas que não se  conjugam em torno de um centro ordenador. Antes de serem consideradas psicóticas, tais vivências  expressam linhas  de  vida  não  codificáveis. Depois, se  for o caso, sendo  psicóticas, permanecem como  o fundo existencial  não adoecido. Não se trata de uma essência  imutável, mas por singularizações compondo uma multiplicidade, mesmo que seja cortada  de seus  nexos  produtivos,  caso  do esquizofrênico crônico. Sendo assim, tomemos  os processos  subjetivos como linhas singulares da existência compondo multiplicidades. Tentaremos estabelecer aportes  mínimos  para  tais  categorias teóricas. Elas se ancoram no exercício de uma  clínica da  diferença   encravada   em ações  práticas.
(...)
A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário