sábado, 27 de agosto de 2016

TODOS JOGAM FUTEBOL

O futebol,  esporte-maior pelo altíssimo grau de imprevisibilidade dos resultados, sofre os efeitos da modernidade tecnológica. Talvez o principal seja o da escassez do chamado craque. Podemos chamá-lo de artista da bola, ou o que cria. Trata-se de uma questão estética. A seleção brasileira de 82 é um caso emblemático. Não ganhou a Copa, mas deixou a marca da criatividade e da alegria de tocar de "prima", de calcanhar, driblar, enfiar uma "caneta", lançar no vazio, cabecear, simplesmente fazer gols (foram 15 em 4 jogos), enfim, construir obras de arte. No entanto, evitando um saudosismo romântico e estéril, é possível ver no futebol atual (brasileiro e estrangeiro) o aumento do acesso de muitos jovens ao aprendizado da bola. Mais times, mais países na Cena Verde. Tal fenômeno, junto ao progresso da medicina esportiva, da fisioterapia, da educação física, e até da psicologia esportiva, fazem do futebol algo cada vez mais voltado ao apogeu tecnológico. Isso nos parece irreversível. Desse modo, mais que nunca é necessária a garimpagem fina pelos chamados olheiros (profissionais ou não)  do jogador verdadeiramente talentoso, aquele que faz a diferença, ou, como se diz no jargão futebolístico, o que desequilibra... Então, por onde anda o ARTISTA? Não é toda hora ou em qualquer lugar que aparece um Messi, por exemplo. Como identificá-lo?

A.M.

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