JOGOS DO PODER
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Especializada numa modalidade pessoal de esporte, o tiro ao pé, Dilma inaugurou um novo sistema de governo: o presidencialismo sem presidente. Como poder vazio é algo que não existe, Eduardo Cunha ocupou os espaços. E a pupila de Lula foi apresentada a uma fatalidade histórica: no Brasil pós-redemocratização, sempre que um presidente achou que poderia engolir o PMDB, foi mastigado.
Quando joga a favor, a legenda fornece estabilidade congressual. Contra, vira uma força desestabilizadora. Temer virou presidente interino. Mercadante foi ao olho da rua. Kassab traiu Dilma, demitiu-se do ministério, jogou o seu PSD na trincheira do impeachment e voltou à Esplanada sob Temer. Cid Gomes virou pó bem antes, em março de 2015, numa queda de braço com Eduardo Cunha.
Lula tentou pacificar o PMDB. Mas Mercadante dinamitou a iniciativa. Aconselhada por seu padrinho politico, Dilma terceirizou a coordenação política do seu governo a Temer. Entretanto, esquerceu de retirar Mercadante do caminho do vice (ou lembrou de mantê-lo como estorvo). Temer deu por encerrada sua missão, endereçou uma carta desaforada a Dilma e trancou-se em seus rancores.
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Do Blog do Josias de Souza, 31/08/2016,05:04 hs
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