FOI SEM QUERER
Os papas não recuam voluntariamente. Pelo menos, não o fazem em público. Não estão acostumados a pedir perdão de forma explícita por suas medidas ou atitudes. Mas, na contramão de boa parte de seus 263 antecessores, o argentino Jorge Bergoglio, o papa Francisco, pediu desculpas no dia 22 de janeiro por ter exigido “provas” às vítimas dos abusos sexuais protagonizados nos anos 1980 e 1990 pelo padre Fernando Karadima e pelo encobrimento realizado pelo bispo de Osorno, Juan Barros. O papa se retratou a bordo do avião que o levava a Roma depois de uma visita ao Chile e ao Peru. “Devo pedir desculpas porque a palavra ‘prova’ feriu muitos abusados. Foi sem querer.”
Além da declaração pública, o papa deu uma guinada em sua postura de não levar em conta essas denúncias e determinou o envio a Santiago do Chile do “007” do Vaticano, o cardeal canadense-maltês Charles Scicluna, que terá a missão de ouvir as vítimas e investigar os casos.
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Ariel Palacios, El País, 04/02/2018, 10:01 hs
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