domingo, 18 de março de 2018

QUAL A RESPOSTA?

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Apesar do altíssimo índice de criminalidade do Rio, o assassinato de Marielle, planejado nos mínimos detalhes e chamado de “autêntica execução” em círculos políticos e midiáticos do país, é um fato muito especial por três razões. Em primeiro lugar, significa um grande revés político à ofensiva em matéria de segurança liderada pelo Governo federal que, em uma medida sem precedentes desde a restauração da democracia em 1985, colocou no mês passado a cidade sob o controle do Exército. O problema da violência no Rio se parece com um quebra-cabeças muito complexo para o qual está sendo demonstrado que as soluções simples não servem.

Em segundo lugar, significa um salto qualitativo nos ataques contra ativistas pró-direitos humanos. Marielle se tornou muito popular por suas documentadas denúncias contra os abusos policiais. Sua morte também transmite uma mensagem de medo à população porque o assassinato não foi feito com os métodos dos criminosos comuns.

Por fim, o Governo brasileiro tem a obrigação de esclarecer o quanto antes a autoria. A vereadora foi baleada com munição procedente de um lote adquirido em 2006 pela Polícia Federal que depois se perdeu. A possível ligação de elementos policiais e paramilitares com o crime significaria graves problemas à Administração poucos meses antes das eleições presidenciais.

El País, Editorial, 17/03/2018, 20:00 hs

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