sábado, 10 de março de 2018

SINTO QUE...

Ao psicótico, mormente o dito esquizofrênico,o acesso à Realidade é impedido pelas próprias  máquinas instaladas no seu corpo que  passa a ser o organismo cadastrado pela ordem médica e tornado útil pela família. Não se trata de demonizar a psiquiatria ou a família e sim de constatar um  cruzamento de máquinas do desejo no coração da subjetividade. Assim ninguém é culpado, mas todos são atores/agentes da realidade em torno do psicótico e do próprio psicótico numa densidade existencial expressa na pergunta: “quem sou?”. Uma identidade para  o  psicótico é a busca implícita  na clínica psiquiátrica.Ela  é  correlata à busca por uma identidade  para o psiquiatra. Além disso, estabelece os sintomas “positivos” e “negativos”como signos de evidência do ser-psicótico. Ontologia da  psicose. Mas as vivências não se expressam necessariamente por sintomas positivos ou por sintomas negativos. No segundo caso, a não expressão é também uma forma de expressão.Daí a afetividade psicótica escapar à semiologia  psiquiátrica. Os fármacos podem até remover os sintomas, mas não tocam nos afetos que os  geraram. Estes vêm primeiro...  
(...)

A.M. in Trair a psiquiatria 

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