PROIBIDO PENSAR
A forma-universidade (e não a organização-universidade) é um conceito da análise institucional que faz pensar a universidade (qualquer uma) como forma de relação social oriunda da Idade Média e "vitoriosa" nos dias atuais. Falamos de uma subjetividade acadêmica daí derivada. Quem ousa contestá-la? Simples: sob o respaldo da uma verdade científica (recheada de axiomas) legitima-se a ordem do intelecto. Apesar disso, ou por causa disso, contesta a ordem estabelecida em teses tão brilhantes quanto condenadas ao bolor. É que a ordem estabelecida não é a do intelecto mas a dos afetos. Numa operação urdida em programas de mestrado e doutorado, delicadamente escurraça o desejo, devires imperceptíveis, incontroláveis, sensibilidades finas, realidades reais, singularidades múltiplas, intensidades criativas, saberes menores, loucuras, inconformismos. Faz da diferença uma maldição.E convence! Você já discutiu (divergindo) ideias com um acadêmico, um pesquisador, um professor? Desista. Trata-se de uma representação esperta da realidade social, um teatro moral agenciado pela máquina acadêmica que diz: não afirme nada, não arrisque nada, não sinta, não crie, aceite o que a razão transcendente enfiou no seu corpo desejante. Diga amém ao capitalismo como religião da mercadoria. Apesar disso, serás doutor em alguma coisa, qualquer coisa, um dia.
A.M.
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