sábado, 12 de outubro de 2019

O QUE É ENCONTRAR

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Sabemos que a Clínica pode adquirir traços reducionistas,  como é  o caso  da  psicanálise.  Aí se destaca a transferência como conceito-chave. Devido a sua importância, a experiência  psicanalítica é muitas vezes posta como A experiência. Mas é possível, considerando-se o delírio, supor que  outros  universos existam. E insistam. O delírio explode a transferência. A psiquiatria, munida  dos fármacos, também realiza um empreendimento  reducionista.  O alvo é o delírio  como sintoma.  Se  riscarmos os  limites,  o encontro dar-se-á com elementos que  extravazam o quadro da clínica psicopatológica, o que torna possível a produção de uma  clínica voltada aos problemas reais do cotidiano. Neste sentido, encontrar é ir ao não-patológico  até então misturado ao patológico. Desejar é encontrar na  medida em que o desejo produz o real, realidade, realidades e não fantasmas. Assim, ir além da  clínica  é  não se aprisionar aos  fantasmas que pululam nas categorias do pensamento da representação. Este é o modelo do pensamento da psiquiatria e dos saberes que lhe servem de apoio teórico, operacional e político.
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A.M. in Trair a psiquiatria

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