O QUE É ENCONTRAR
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Sabemos que a Clínica pode adquirir traços reducionistas, como é o caso da psicanálise. Aí se destaca a transferência como conceito-chave. Devido a sua importância, a experiência psicanalítica é muitas vezes posta como A experiência. Mas é possível, considerando-se o delírio, supor que outros universos existam. E insistam. O delírio explode a transferência. A psiquiatria, munida dos fármacos, também realiza um empreendimento reducionista. O alvo é o delírio como sintoma. Se riscarmos os limites, o encontro dar-se-á com elementos que extravazam o quadro da clínica psicopatológica, o que torna possível a produção de uma clínica voltada aos problemas reais do cotidiano. Neste sentido, encontrar é ir ao não-patológico até então misturado ao patológico. Desejar é encontrar na medida em que o desejo produz o real, realidade, realidades e não fantasmas. Assim, ir além da clínica é não se aprisionar aos fantasmas que pululam nas categorias do pensamento da representação. Este é o modelo do pensamento da psiquiatria e dos saberes que lhe servem de apoio teórico, operacional e político.
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A.M. in Trair a psiquiatria
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