sábado, 26 de outubro de 2019

UM ESPORTE  DIABÓLICO

Nenhum esporte provoca mais paixões que o futebol. Este é um fato facilmente observável na  sua história nacional, internacional e no andamento , por vezes, surpreendente, das partidas: um gol nos acréscimos... ou para além dos acréscimos? Viajando sobre o tema, algumas "explicações"; 1-o futebol trabalha com os pés e as pernas, órgãos com pouca precisão de movimentos, se compararmos com as mãos; 2-possui um número elevado de jogadores (22), o que implica em muitas possibilidades e variáveis em cada jogada, em cada jogo; 3-adota  um sistema de regras por vezes confuso, impreciso, como é o caso de uma falta (foi falta ou não foi falta? foi penalty ou não foi?), o que faz com que o juiz erre com frequência(o célebre juiz ladrão...) que nem sempre é ladrão; ele tem que pensar rápido e muitas vezes julga errado; normal. 4- atrelado ao ítem anterior, há o fato de que o erro do juiz faz parte do jogo; dir-se-ia que é um jogo meio torto, malandro, dissimulado, e não é por acaso que deu certo no Brasil; mas hoje, na era VAR, será que o futebol tornou-se uma ciência exata? Não parece, pois apesar da quantidade de árbitros (7 ou 8?), continua havendo erros ... talvez até mais... 5- a arte lhe é um componente essencial, muitas vezes superando a técnica, como é o caso dos grandes jogadores; ¨6-a dimensão psicólogica, por isso mesmo, instável, influi diretamente no desempenho dos atletas; 7- por fim, mas não a última "explicação" (há dezenas...) ,tudo que foi dito se conjuga para o resultado final de uma partida ser imprevisível, mesmo que os dois times sejam de qualidades técnicas muito desiguais; no basquete, por exemplo, dois times muito discrepantes em técnica tornam o jogo previsível, monótono, quase insuportável; no futebol, não, pois"tudo é possível", ao ponto de Nelson Rodrigues, amante confesso desse esporte, criar o personagem Sobrenatural de Almeida para explicar o inexplicável: como foi possível o Brasil perder a Copa de 1950 para o Uruguai em pleno Maracanã ? Mas há muito mais a discutir... de forma leve e livre, claro.

A. M.


Obs. - texto revisado e ampliado.


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