O PIAUÍ RESISTE
E se o Brasil comemorasse a educação como se fosse uma vitória no futebol? Vez por outra essa pergunta circula quando alguém quer apontar a falta de interesse do país pelo tema. Trata-se, no entanto, de uma falsa premissa. Esse Brasil, que torce pela educação e festeja cada pequena vitória como se fosse um gol, existe. Mesmo em tempos de pandemia, cidades do interior do Piauí interromperam por um momento o foco na contagem de casos de coronavírus para celebrar, com carreatas e buzinaço pelas ruas, cada décimo de avanço no Índice Nacional de Educação Básica (Ideb), o principal marcador da qualidade do ensino brasileiro.
“A gente comemorou muito no grupo de WhatsApp da escola, mas não fui para rua”, conta Vanessa de Carvalho Oliveira Lima, 15 anos, que mora a cerca de 12 quilômetros do centro de Oeiras, antiga capital do Piauí, numa comunidade rural. A distância atrapalhou Vanessa, mas no centro da cidade, o cenário foi outro. Pais, professores, alunos e funcionários da rede pública saíram em carreata para celebrar.
Educação é motivo de orgulho neste município piauiense de 37.000 habitantes. A rede municipal, que tem 6.139 alunos, alcançou nota 7.4 nos anos iniciais (5º ano) do Ideb, um avanço em relação aos 7.1 da prova anterior, em 2017. Todas as escolas registraram nota acima de 6.4 nos anos iniciais do ensino fundamental, superior à média do Piauí (5.7), à média nacional (5.9) e muito acima do definido no programa de metas do Ministério da Educação (5.0). Nos anos finais (9º ano), a cidade também avançou, de 5.4 para 6.3, acima da média do Estado (5.0) e do Brasil (4.9).
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Diago Magri e Regiane Oliveira, El País, 21/09/2020, 12:08 hs
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