TRAP
Ainda adolescente, seis anos atrás, Derek Luccas se ligou que havia uma nova batida bombando nos Estados Unidos. Era o trap, gênero que mistura rap com música eletrônica, inicialmente difundido em Atlanta. Como já tocava na periferia de São Paulo, ele tentou buscar inspirações similares entre artistas brasileiros, mas não encontrou nada que se aproximasse daquele som que o fisgou de primeira. “A referência era a cena americana”, conta. Em 2016, começou a brincar com o estilo, postou vídeos no Youtube e, aos poucos, ele lembra, “o bagulho foi ficando sério”. Até que, depois de um happy hour, veio a grande sacada.
Junto com amigos e outros rappers parceiros, Derek ajudou a fundar a Recayd Mob, um coletivo que abraçou a missão de popularizar o trap no Brasil. “O que a gente fez foi abrasileirar a parada. Levamos a linguagem do funk para o trap”, diz Felipe Micaela, o Dfideliz. Depois de consagrar o estilo nos bailes da quebrada, a Recayd explodiu com Plaqtudum, hit que bateu recentemente a marca de 100 milhões de visualizações e alavancou o canal no Youtube a 1 milhão de inscritos. Na primeira semana de julho, as músicas de trap desbancaram o sertanejo em buscas no Spotify, impulsionadas pelo grupo, que também se aproxima de 1 milhão de ouvintes mensais na plataforma. “Não esperava que seria tão rápido”, afirma Derek. “Achei que ia demorar a chegar no mainstream, mas hoje todo mundo ouve ou, pelo menos, já ouviu falar do trap".
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Breiller Pires, El País, 05/09/2020, 10:22 hs
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