sábado, 3 de setembro de 2011

SÓCIO-PSICODRAMA NO SERVIÇO PÚBLICO - 9

O grupo contou com a participação de 4 (quatro) componentes, sendo que uma  enviou justificativa da ausência. A  sessão transcorreu com 3 cadeiras vazias (literalmente), o que por certo produziu efeitos sobre o andamento da sessão. Sessão de início arrastado, como a esperar a chegada de pelo mais  duas pessoas, o que não ocorreu. O tema  que preencheu as falas  esteve ligado diretamente ao personagem-mãe. Ou, dito de outro modo, ao papel de mãe. Todas as 4 pacientes são mães. No grupo como um todo, só uma não é. Ser mãe  expressou uma consistência própria ao modo de subjetivação em que a Alegria de ser mulher chega de tabela pela via dos filhos. Uma dificuldade  para  falar de si mesma,  não descolando o personagem-mãe do papel de   mulher e  suas multiplicidades no mundo. Mesmo quando realizações apareciam como não vinculadas  ao ser-mãe, elas eram postas num plano inferior de valorização existencial, social ou ético. A economia desejante encontrava-se  "coagulada", portanto, no familiarismo que a sustenta. As mães trocaram identificações e penso que esta é uma linha existencial  molar (identitária) passível de ser usada quando do trabalho com uma protagonista. Poderá funcionar como um continente grupal "confiável". Dir-se-ia:  "elas  me entendem e querem me ajudar porque também são mães como eu."  Veremos se essa hipótese se confirmará.

Antonio Moura

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