A idéia de Deleuze e Guattari é a de que não existe um mecanismo universal de estruturação do sujeito. Existem fórmulas múltiplas, históricas, de produção de subjetividades e modos de subjetivação. O Édipo como equipamento produtor do sujeito não é uma forma universal, ubíqua e onipresente, senão uma forma produzida dominante. Existem inúmeras formas de produção de subjetivação. Mas estão, em geral, submetidas, subjugadas, hegemonizadas pelo Édipo, pelo modo edipiano de produção da subjetividade, que é uma forma de captura do desejo como restitutivo, narcisístico, sem objeto, e que tem sua continuidade assegurada pela não-obtenção dos seus objetos. As outras formas de subjetivação, não, pois o Desejo funciona de outra maneira, tem outra natureza. Sua potência é inesgotável. Não porque não atinge seu objetivo, mas por formar parte da essência de seu ser. Ele é produção, só sabe produzir, devir.
Gregorio Baremblitt - do livro Cinco lições sobre a transferência
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