TRAIR A PSIQUIATRIA- III
Trair a psiquiatria é usar pedaços da semiologia psicopatológica inseridos numa superfície que é a da clínica. Para isso ser possível, são construídas linhas de saber que destoam do conhecimento biomédico, mas que com ele confluem em práticas do encontrar. "Práticas do encontro", melhor dizendo, são clínicas voltadas à potencialização das capacidades socio-desejantes do paciente. Parece óbvio que a utilização pura e simples de fármacos, atrelada a uma concepção reificante do cérebro, não alcança tal objetivo. Pior: condena os modos de subjetivação (por definição, múltiplos) a um eterno "eu" lamuriento alternando com remédios químicos. Trair a psiquiatria, é, pois, não criticar, mas criar linhas da diferença num meio indiferenciado. Não é fácil...
Antonio Moura
Sobre o Trair:
ResponderExcluirLeu as mensagens que te mandei via celular?
É isso.
Abraço.