Após interrupção, por uma semana, devido a viagem do terapeuta, o grupo retoma o trabalho sobre si... Os papéis sociais de mãe e esposa continuam em destaque.Percebe-se, a essa altura, surgirem identificações importantes entre as pacientes. Os fluxos discursivos já se deslocam da figura do terapeuta como referência (relação-em-corredor) e passam a circular (ainda que timidamente) entre elas. Sair das amarras destes papéis nos parece ser essencial na composição de forças grupais e no desvelamento da espontaneidade criativa. É com essas forças que pretendemos "acionar" novas subjetividades. Diz uma paciente: " foi dito aqui que eu precisava cuidar de mim, só esta semana caiu a ficha... quando desabafei lá em casa, meus filhos deram até risada de mim" . Aparente obviedade de auto-constatação não esconde o fato de uma maior implicação da paciente com a realidade grupal e o que emana dessa realidade. O eixo condutor das falas do terapeuta é, portanto, produzir um campo de liberdade e confiança no grupo. "Aqui me entendem e aqui sou livre". É claro que este é tão só um artifício de preparação para a escolha e trabalho com o protagonista (*) que por certo virá. A conquista de uma "liberdade" é no mundo e não no grupo.
Antonio Moura
(*) Membro que é "escolhido" pelo grupo para ser trabalhado em destaque na sessão. ´Trata-se de uma espécie de representante do Drama Grupal (e Social) que se expõe e se expressa, contando com o grupo como continente afetivo. Este lhe "empurra" na direção de saídas para os problemas trazidos.
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