quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


DELÍRIO

As crenças  existem  pró  eriçados  da  razão.   O capitalismo universal    é  a    vontade dos néscios da máquina. Todos a  servem com prazer.  A roda  da  fortuna premia os corretos. Não tenho mais  referências, exceto às  do oceano de   sangue  verde. Procurei diálogos abertos, francos, verdadeiros, com os  representantes   das  oligarquias  do pensamento. Não obtive  êxito, pelo contrário. O que  me  restou  foi  o   corpo exposto em linhas  da  arte do precipício. A medicina é uma mina  de dinheiro. Conversei  com médicos  cristãos. Eles até que  atenderam às  minhas  preces, desde que não se  tocasse   no essencial. O essencial é  a igreja. Tudo  é  vendável. Argumentei por  vielas escondidas  sobre  a carne dos  anjos. Nada  feito. Então me tornei um delírio de igualdade, coisa de  sonhos acordados: isso não se usa mais. Abortei a palavra  objetiva  e retornei a pequenas  crenças da noite. Ela( a  noite) me abrigou do nada,   como se diz: “venha ser um dos nossos”. Quando percebi, era já muito   tarde e a aurora se desfazia em cultos trágicos. Disse ao psiquiatra que ele enganara  a todos,   menos à  loucura,  testemunha sem código estável. E morreu aí.Não ele, mas a psiquiatria dos olhos opacos (...)

Antonio Moura

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