sexta-feira, 7 de agosto de 2015

À PROCURA  DA  DIFERENÇA

Em saúde mental, conceito que remete ao Fora, ou seja, ao funcionamento produtivo e múltiplo das sociedades e ao pensamento sem imagem (não representativo) a diferença se faz e se tece por linhas invisíveis. Por isso, e para isso segue um percurso tortuoso e arriscado onde a poesia  talvez se torne a expressão mais intensa do seu corpo supliciado e sempre alegre. Não é possível, pois, identificar a diferença ("veja, a diferença!") nem assimilá-la a formas sociais estáveis ou a consciências bem intencionadas. Ela não tem identidade, organização visível, rosto único, mas conteúdos formigando por toda parte. Isso contraria e assusta os guardas perfilados da razão sapiente, os moralistas de plantão. A escola, a universidade... tantas linhas sedentárias... Falamos de outras coisas, outros universos, sensibilidades desconhecidas e inomináveis ou nada. Assim, para além da saúde mental e da educação que lhe são correlatas enquanto experiências coletivas, a diferença só pode ser encontrada no mundo do abstrato, mundo sem forma e real, movido por devires incontroláveis. Aqui mesmo na Terra.

A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário