FASCINA E IRRITA
Michel Onfray — o filósofo mais popular, o mais midiático, também o mais detestado e o mais prolífico na França do século XXI — deixa escapar no meio da conversa, como se fosse a coisa mais natural do mundo: “Neste ano publicarei meu centésimo livro”.
Você leu direito: centésimo. Já são 100 volumes desde o primeiro, em 1989, na bibliografia do autor de Tratado de Ateologia, um autodidata de 59 anos afastado dos cenáculos intelectuais de Paris, mas que segue essa tradição tão francesa do intelectual comprometido com o debate público. Define-se como “socialista libertário, mas não liberal”, com ideias afastadas do centro político, mas tem mais leitores e seguidores que qualquer outro intelectual vivo na França. Parece capaz de escrever sobre tudo, e a uma velocidade e com um sucesso — talvez nem sempre de crítica, mas sim de público — que muitos de seus colegas invejam.
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Marc Bassets, El País, Deauville, 01/03/2018, 20:29 hs
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