(...)
Os revolucionários, os artistas e os videntes se contentam
em ser objetivos, tão somente objetivos: sabem que o desejo abraça
a vida com uma potência produtora e a reproduz de uma maneira
tanto mais intensa quanto menos necessidade eles tem. Pior
para aqueles que acreditam que isso é fácil de dizer, ou que é uma
ideia livresca. “Das poucas leituras que tinha feito, tirei a conclusão
de que os homens que mais mergulhavam na vida, que eram a própria vida, comiam pouco, dormiam
pouco, possuíam poucos bens, se é que os tinham. Não mantinham
ilusões em matéria de dever, de procriação voltada aos limitados
fins da perpetuação da família ou da defesa do Estado... O mundo
dos fantasmas é aquele que ainda não acabamos de conquistar.
É um mundo do passado, não do futuro. Caminhar agarrado ao
passado é arrastar consigo os grilhões do condenado” (*)
(...)
G. Deleuze e F. Guattari, in O anti-édipo, 1976
(*) citação de Henry Miller
(*) citação de Henry Miller
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