sábado, 21 de janeiro de 2012

O ENCONTRO COM A LOUCURA

                                                             Antonio Moura (*)

Chamamos   caos  de  loucura. Ou  vice-versa [1].   Os  sintomas constituem  transtornos  (ou síndromes) sobre um  fundo existencial  que  é o caos.  Este    é  um operador  a-significante,  ou  melhor, nada  significa.  Remete ao puro  contato  com a vivência    expressa no  momento  do exame.  Desse  modo, o exame  físico,  paradigma da  medicina, é inadequado e  grosseiro   para estabelecer um vínculo terapêutico  com  o paciente    e  até   mesmo estabelecer  um diagnóstico  preciso.   A   loucura extrapola   os limites  do pensar  médico (...)

(*) Extraído do livro Trair a psiquiatria

[1] “Nada é  mais doloroso, mais  angustiante do que  um pensamento que  escapa a si  mesmo, idéias  que  fogem, que  desaparecem apenas  esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que  também não dominamos”, Deleuze, G. e Guattari, F., O que  é  a filosofia?, Rio, Ed. 34, 1992, p. 259.

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