O ENCONTRO COM A LOUCURA
Antonio Moura (*)
Chamamos caos de loucura. Ou vice-versa [1]. Os sintomas constituem transtornos (ou síndromes) sobre um fundo existencial que é o caos. Este é um operador a-significante, ou melhor, nada significa. Remete ao puro contato com a vivência expressa no momento do exame. Desse modo, o exame físico, paradigma da medicina, é inadequado e grosseiro para estabelecer um vínculo terapêutico com o paciente e até mesmo estabelecer um diagnóstico preciso. A loucura extrapola os limites do pensar médico (...)
(*) Extraído do livro Trair a psiquiatria
[1] “Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, idéias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não dominamos”, Deleuze, G. e Guattari, F., O que é a filosofia?, Rio, Ed. 34, 1992, p. 259.
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