terça-feira, 1 de maio de 2012

ADEUS AO PROLETARIADO?



As forças  nos  constituem  “por  dentro”  já  que a divisão  dentro-fora,  interno-externo, subjetivo-objetivo, etc,  é secundária  aos  agenciamentos concretos: a  que horas?Onde? Como? Com quem?  Para que? Por que? Do coletivo  as  forças  chegam  ao  socius ,  constituindo   poderes. Para  a  arte do  “encontrar”  há que  se  lidar  com os  poderes,  mais  violentos, menos   violentos, mas  poderes. O que fazer? É  um  jogo  com   modos  de  camuflagem, pois   não  há   mais lugar  para  as  divisões  clássicas  dominantes/dominados. O agenciamento  das  forças  capitalísticas  banhou tudo: ricos,pobres,velhos,estudantes,mulheres,pacientes,crianças,empregados,desempregados, etc...Responder com uma  política à altura é difícil. Uma    micropolítica, é   outra  coisa,  sobretudo   um  ato   de  solidão  povoada, como  diz Deleuze, por   fluxos   (matérias  não  formadas)   que  tomam  de  assalto  certezas    estabelecidas em  organizações sombrias. Equipamentos de saúde,  sendo  montados,    a  quem  beneficiam?.  Os  técnicos em saúde  mental   se  deparam  com  pelo  menos   três  forças: 1- as da  Psiquiatria biológica, acadêmica, estatal-privatista, corporativista. 2-as do Mercado capitalista  onipresente , axiomático,  a  impedir    qualquer  possibilidade  de um  bom  encontro  com o paciente,  exceto  se   voltado à   morte  existencial consentida ou a uma readaptação social e asséptica. 3-as  instituições que sustentam a  malha corrupta do Estado  burguês em seus gastos privados.

(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria 

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