ADEUS AO PROLETARIADO?
As forças nos constituem “por dentro” já que a divisão dentro-fora, interno-externo, subjetivo-objetivo, etc, é secundária aos agenciamentos concretos: a que horas?Onde? Como? Com quem? Para que? Por que? Do coletivo as forças chegam ao socius , constituindo poderes. Para a arte do “encontrar” há que se lidar com os poderes, mais violentos, menos violentos, mas poderes. O que fazer? É um jogo com modos de camuflagem, pois não há mais lugar para as divisões clássicas dominantes/dominados. O agenciamento das forças capitalísticas banhou tudo: ricos,pobres,velhos,estudantes,mulheres,pacientes,crianças,empregados,desempregados, etc...Responder com uma política à altura é difícil. Uma micropolítica, é outra coisa, sobretudo um ato de solidão povoada, como diz Deleuze, por fluxos (matérias não formadas) que tomam de assalto certezas estabelecidas em organizações sombrias. Equipamentos de saúde, sendo montados, a quem beneficiam?. Os técnicos em saúde mental se deparam com pelo menos três forças: 1- as da Psiquiatria biológica, acadêmica, estatal-privatista, corporativista. 2-as do Mercado capitalista onipresente , axiomático, a impedir qualquer possibilidade de um bom encontro com o paciente, exceto se voltado à morte existencial consentida ou a uma readaptação social e asséptica. 3-as instituições que sustentam a malha corrupta do Estado burguês em seus gastos privados.
(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria
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