sexta-feira, 25 de maio de 2012

CONSCIÊNCIA  É UM CONCEITO ESTÉRIL

Usamos o conceito de vivência articulado aos problemas da clínica psicopatológica. Esta  se compõe de linhas do desejo (afetos) e linhas do pensamento (crenças). Assim, o paciente, antes  de tudo,  sente e acredita. Sua vivência observada na clínica não é  A vivência, mas uma vivência ou vivências que  se expressam em signos  nem sempre significantes. Tal perspectiva faz do exame  psíquico um Encontro, podendo este ser  bom ou mau  a depender dos afetos e das crenças postos  em jogo. Isso  requer do técnico entrar em contato muitas vezes com um mundo que compreende algo incompreensível à consciência. Afeto e pensamento, desejos e crenças são territórios existenciais que  fazem viver. As vivências  são singularidades. O Incompreensível (“por que  ele  quer morrer”? ou “ele acredita nisso?”, etc) não remete  a uma doença ou transtorno (o  que dá no mesmo), mas antes a processos de vida que se expandem em linhas  arriscadas  e concretas. Considerar desse modo as vivências implica  em situar o paciente para  além do eu e  substitui-lo pela vivência não médica, não psicológica, não humanizada
(...)
A.M. - do livro  Trair a psiquiatria

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