sábado, 19 de maio de 2012

CONCEITO DE ENCONTRO

Todo  encontro  é marcado por contingências. O coletivo  “antecede” o   socius   na  produção  de    subjetividades. Tudo se mistura. Se  existe  algo  que  escapa   aos  códigos  estáveis da  razão, é  o modelo do delírio  (um anti-modelo na verdade) que  nos   guia  e  impulsiona. Assim,  temos:  o coletivo   =  o delírio ( código  psiquiátrico  =  a psicose) numa  série abstrata  tornada  concreta na  clínica ou  em  qualquer  situação  onde  uma  zona (existencial)  de  fronteira  se   mostre  como ultrapassagem.  Essa é a questão dos campos vivenciais  passíveis de contato. Eles  são  hetrogêneos por  sua  própria  natureza. O contato  imediato  é com a aventura  do Acaso,do Indeterminado e do  Desconhecido. Desse  modo,   o encontro de  um terapeuta com o   seu  paciente  pode  começar no “interior” de si  mesmo, em meio  a múltiplos  “eus”.  Subjetivo e objetivo   se  tocam e  se  trocam... Entramos e estaremos a entrar numa  terra  de ninguém, inumana, cósmica,   via  sem retorno, mundo  de Lovecraft.  Para  fazer uma clínica da  diferença,  é preciso  a não-clínica que com ela produza territórios subjetivos concretos. Do contrário, só com a equação  clínica=patológico, o tratamento  verá  o paciente  como  coisa, ainda  que   uma coisa  valiosa.  O encontro   busca  o lado ativo do infinito,  o  processo,  enfim, das  relações  sociais  e  coletivas. 
(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria

Um comentário:

  1. Eric Serra (dos grandes) em O Profissional:

    http://www.youtube.com/watch?v=R1w_wcc_27M

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