CONCEITO DE ENCONTRO
Todo encontro é marcado por contingências. O coletivo “antecede” o socius na produção de subjetividades. Tudo se mistura. Se existe algo que escapa aos códigos estáveis da razão, é o modelo do delírio (um anti-modelo na verdade) que nos guia e impulsiona. Assim, temos: o coletivo = o delírio ( código psiquiátrico = a psicose) numa série abstrata tornada concreta na clínica ou em qualquer situação onde uma zona (existencial) de fronteira se mostre como ultrapassagem. Essa é a questão dos campos vivenciais passíveis de contato. Eles são hetrogêneos por sua própria natureza. O contato imediato é com a aventura do Acaso,do Indeterminado e do Desconhecido. Desse modo, o encontro de um terapeuta com o seu paciente pode começar no “interior” de si mesmo, em meio a múltiplos “eus”. Subjetivo e objetivo se tocam e se trocam... Entramos e estaremos a entrar numa terra de ninguém, inumana, cósmica, via sem retorno, mundo de Lovecraft. Para fazer uma clínica da diferença, é preciso a não-clínica que com ela produza territórios subjetivos concretos. Do contrário, só com a equação clínica=patológico, o tratamento verá o paciente como coisa, ainda que uma coisa valiosa. O encontro busca o lado ativo do infinito, o processo, enfim, das relações sociais e coletivas.
(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria
Eric Serra (dos grandes) em O Profissional:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=R1w_wcc_27M