DEVIR-PENSAMENTO
Trabalhar com pacientes num Caps, por exemplo, implica em sair dos moldes da Conserva do hospício ou dos consultórios clínicos. Explorar as multiplicidades, mesmo e principalmente no paciente identificado à forma-doente mental. Há outras linhas não percebidas, talvez invisíveis. Pacientes registrados,cadastrados, codificados, rotulados sob o efeito de formas sociais (instituições) como a família, a clínica,a escola, o trabalho, o direito, o estado, a polícia, o casamento, entre outras, estão enfiados em buracos negros onde o devir-pensamento foi relegado a uma atividade cognitiva mínima, rasteira, como registram os manuais psiquiátricos. Curso, forma, conteúdo, raciocínio, juízo, são categorias semiológicas usadas num exercício de mortificação do devir-pensamento. Elas compõem o mundo da representação. Tornar o pensamento visível e frear a sua velocidade infinita, isso sempre foi assunto dos psiquiatras e adquire na psiquiatria atual o requinte das tecnologias de ponta. Subjacente à técnica , existe a crença de que o paciente não pensa, ou se pensa, é para responder que dia é hoje, onde estamos, que veio fazer aqui, etc. Insistimos no dado de que o pensamento não é só o que é falado, mas o que é experimentado via sensações, intensidades, afetos, o que muitas vezes não pode ser dito, não chega a ser dito, não consegue ser dito.
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Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria
Fala aí, Seu Jorge, de novo:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=J8qw9TWXrSU&feature=related .
Sobre a publicação do livro, mandei para várias editoras. Elas só se interessam na medida em que há mercado. O mercado dita a literatura. Sobre as promoções e programas de governo de incentivo a isso, confesso que estou desatualizado e não procurei. Um livro é um livro quando é vendável. Mas, se quiser pagar por si próprio, aí você sabe.
Sugiro o filme O Profissional, de Luc Besson.
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