segunda-feira, 28 de maio de 2012


O problema da consciência em psicopatologia

O  conceito  de  consciência  está  presente, de  modo explícito  ou  não, na  clínica psicopatológica desde os  seus primórdios. Pode-se dizer que  é  impossível  realizar  o exame  do  paciente  sem pôr  a questão: “ele  está consciente”? Trata-se  do conceito  clínico de  grau  (ou  nível) da  consciência. Da  vigília (a  normalidade)  ao coma, desenha-se  um espectro  de  graus de consciência   (torpor, turvação, obnubilação, etc) em que  as estruturas  neurocerebrais estão comprometidas.  A equação consciência=mente=cérebro é  adotada  como resposta  teórica à  clínica  dos  transtornos  mentais  de  origem  orgânica. Quanto mais  alguém está consciente, melhor  estará  funcionando o seu  cérebro  e por  extensão  a  mente.  Contudo,  o exame  pode  ser  esmiuçado:  “o indivíduo  sabe o que  faz”?  Ou  “ele  tem noção (=consciência) dos seus atos”? Um sentido  moral se  insinua,  ficando  encoberto pelo  sistema fechado  “cérebro/mente”.
(...)
A.M.

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