terça-feira, 29 de maio de 2012

PATOLÓGICO E NÃO PATOLÓGICO

Acompanhar as linhas  singulares do paciente  é não identificá-lo a uma essência  patológica. Desse modo,  a patologia  compõe  um mosaico  clínico  que  a ultrapassa  enquanto fato  inscrito  na cultura. O não-patológico está misturado ao patológico. E mais, o patológico nem sempre pode (ou deve) ser  completamente excluído das condições psíquicas  do paciente. O delírio  é o acontecimento, ou seja,   o devir  como processo de vida  que  precede as manifestações  clínicas. Mesmo  estruturas    visíveis como o cérebro, constituem a vertigem do tempo  que não volta.  O interesse dessa  premissa  está  na possibilidade de incluir o paciente no rol das atividades humanas  (sociais) sem reduzi-lo  a alguém a quem  faltaria   razão. Ora, a  razão (ou a  racionalidade)   é   construída socialmente...
(...)
A.M.

Um comentário:

  1. Encaminhei dois pacientes para a Psiquiatria, porque precisavam. Faltaram por duas semanas consecutivas. Pelas minhas deduções, acho que deixarão a terapia. Já mencionei aqui do paciente que desmarcou comigo porque tinha achado uma "medicação psiquiátrica" (entenda-se: ido ao psiquiatra). Confesso que não me surpreende. Não sou pessimista quanto à Psicologia, nem a Psiquiatria. Enxergo o real e apenas isso. Lembre-se que proferi um discurso marcante na Ruy Barbosa e, logo após, a mesma foi vendida, sem a menor satisfação aos professores. Nada. Então, cabe aqui respeitar o que direi sobre a Psicologia, que não é nada miraculoso. Quero dizer somente que a Psicologia será engolida pelo discurso biomédico, adquirindo uma função acessória, em paralelo, como nos casos de re-habilitação neuropsicológica, do crescimento das Terapias Breves e Focais e da Cognitivo-comportamental. Nada contra tais teorias. Demarco apenas o futuro da Psicologia, aliada ao discurso biomédico, claro, para dizer, evidentemente, que discordo disso e estou plenamente fora. Também, o endosso técnico (diagnóstico-avaliação psicológica-laudo) estará cada vez mais demarcado, principalmente com o advento do "novo" DSM. Enquanto isso, vou "perdendo" pacientes e buscando novas formas de viver e existir.

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