sábado, 26 de maio de 2012

FRAGMENTO SOBRE O MÉTODO DA DIFERENÇA

De início, podemos  dizer  que  o paciente não  é  uma  pessoa, nem um indivíduo .Desse  modo,   não deve ser julgado. Ele é formado por linhas, fluxos, energéticas, movimentos, dobras, moléculas, átomos, vibrações, partículas infinitesimais que  constituem processos de  singularização  existencial. Não se trata apenas  de  um  eu  ou  de um  cérebro. Ainda  que  a psiquiatria  científica o coloque desse modo, ele é  bem mais, um sistema de  multiplicidades .Este conceito  põe o  real  ao alcance da  clínica, ou  melhor,  o  real  como  sendo a própria  clínica. Isso  remete ao  primado das relações  e das práticas, em detrimento do  sujeito  ou do  objeto vistos  como  entidades fixas. O encontro com  o  paciente é o encontro com  relações e práticas que compõem uma  vida. Esta é irredutível às  linhas de visibilidade do organismo físico-químico.Não se restringe ao corpo visível. (Nenhum  espiritualismo em tal observação).Uma vida enquanto multiplicidade funciona em devires.É o  movimento o  que conta,  embora  não  seja  percebido.
(...)
Antonio Moura

Um comentário:

  1. Com algumas variações de palavras, faço das palavras dele as minhas. Muito bem colocada a palavra: desespero. Essa é a palavra mais do que correta. Como psicólogo, em Salvador, não tenho a menor chance. Aliado a essa, outras questões. Não participo dessa cultura. Vivo em casa, onde alguns amigos (virtuais) vem me visitar. Meu território se resume à vida de casado, com a minha esposa. Sobre alguma possibilidade de mudança de opinião: nenhuma.

    Segue a entrevista em anexo:
    http://www.youtube.com/watch?v=EMrlb7Pmick

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