O QUE É SUBJETIVIDADE?
Numa acepção
inspirada em Gilles
Deleuze
e Félix Guattari , subjetividade refere-se às
formas de sentir, pensar,
perceber e agir que se expressam na
relação do indivíduo com o mundo.
A subjetividade vem de fora. Ela é
social e mais precisamente
coletiva [1] . O indivíduo é uma
espécie de terminal da
produção coletiva
da subjetividade. Claro
que o corpo é a referência
maior, pois não
existiria indivíduo sem um corpo. Precisamos ver algo. Mas esse corpo, com a sua
organização anátomo-fisiológica, está encravado numa rede
coletiva de significados não necessariamente visíveis.
Ainda assim, o coletivo
não é algo abstrato, distante
de nossas vidas
cotidianas. Ao contrário, ele se
operacionaliza no e
através o funcionamento das instituições,
formando linhas de
vida no que
se chama “subjetivo”. Dizer ”subjetivo=coletivo”
é uma
equação que serve
para se pensar a mente e
os transtornos mentais.
A subjetividade nos governa a partir de determinações que escapam à consciência, ao eu e
à razão. Estas categorias
são produtos sociais que
servem para manter a estabilidade do cotidiano da
civilização onde vivemos. Funcionam
“naturalmente”.
(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria
[1]
Uma concepção coletiva
da subjetividade se faz necessária para retirar o “monopólio” da
psiquiatria sobre o chamado
portador de transtorno mental. Assim, a
invenção de práticas clínicas torna-se possível fora do modelo bio-médico.
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