ÉTICA DO ENCONTRO
O Encontro é essencial para a construção da clínica, mas dela se separa como superfície a-significante num campo livre para experimentações. Constitui-se como um sistema aberto Dessa perspectiva, ir ao paciente, chegar ao paciente não é chegar à pessoa do paciente, mas a tudo que envolve a pessoa, dissolvendo-a em partículas mínimas, até mesmo invisíveis. A concepção transferencial da psicanálise, bem como a da consciênciaintencional da fenomenologia (adotada por várias linhas psicoterápicas), não dão conta do encontro como um “para além”.Mesmo que teóricamente falem de um bom encontro, essas concepções sustentam outra coisa, atadas que estão à dimensão egóica, mental, personalística do paciente. Isso produz um território afetivo que justifica e referenda uma Forma. Cria-se um circuito de realimentação incessante para que o terapeuta cada vez mais acredite no objeto e nos objetivos do seu trabalho. Isto sem falar na demanda do Mercado: mais e mais psicoterapeutas para tamponar a angústia dos tempos que correm. Maus encontros que devem se tornar bons encontros, desde que obedeçam às regras do contrato “ fluxo de sintomas—fluxo de palavras---fluxo de dinheiro e prestígio”. Parece impossível deixar de situar a possibilidade do encontro no âmbito das relações capitalistas de produção, não só da vida material, mas da vida subjetiva.O mundo em que vivemos é o mundo do capital em todas as modalidades de fetichização da mercadoria. O eu é uma mercadoria muito útil para aquisição de novas mercadorias num circuito automatizado de trocas: o homem médio consumidor de ordens implícitas.Falar “para além” da clínica, é, pois, falar daquilo que escapa aos axiomas do funcionamento capitalístico.
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Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria
De novo. De novo. De novo!!!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=HuAVHHRlxLg
KKKKKKKKKKK!!!!