quarta-feira, 2 de maio de 2012

O NEGATIVO DO POSITIVO


A clínica atual da chamada esquizofrenia trabalha a partir de um dualismo estéril. Sintomas positivos(delírios, alucinações, pseudo-alucinações) e sintomas negativos (mutismo, apatia, negativismo) compõem uma semiologia tosca e pseudo-científica.  A vivência expressa nos modos de subjetivação (singularidades existenciais) fica escondida sob sintomas cadastrados em manuais. Ora, dois  exemplos  simples: o paciente com  grave delírio persecutório pode não dizer nada do seu delírio, talvez para se proteger. O paciente numa dissociação histérica pode delirar, alucinar, mas não se trata de uma psicose grave, a chamada esquizofrenia. A questão de fundo é:o paciente não costuma ser escutado, manobra que faz por utilizar o clichê-organismo-visível e suas movimentações  no espaço, como no caso da clássica agitação psicomotora, quase um sinônimo de psicose.

(...)
Antonio Moura

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