terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DAS DEPRESSÕES

(..) (...)  Se considerarmos  o processo  histórico-vital  como uma sucessão de perdas, sem dúvida, a  depressão se  afigura como “inevitável”. De todo modo o seu cortejo lamurioso é uma acusação à vida. Ela atravessa praticamente todas as síndromes psicopatológicas. Na  descrição do paciente deprimido observemos o seu rosto. Ao contrário da manobra objetificante da psiquiatria  (o “ser-da-depressão” expresso numa medida, imagem, tabela, etc), é possível captar os pequenos  traços  que  evidenciam um rosto deprimido. Óbvio que não há O deprimido e sim Um deprimido, ressaltadas as singularidades nem sempre visíveis. Assim, a observação do  corpo como superfície de intensidades é fundamental.Os afetos produzem um corpo. As  depressões  produzem corpos-zumbis.  Um corpo deprimido está fora das categorias do  organismo. O organismo  pode  estar  de pé, mas  o corpo  não. 
(...)
A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário