DAS DEPRESSÕES
(..) (...) Se considerarmos o processo histórico-vital como uma sucessão de perdas, sem dúvida, a depressão se afigura como “inevitável”. De todo modo o seu cortejo lamurioso é uma acusação à vida. Ela atravessa praticamente todas as síndromes psicopatológicas. Na descrição do paciente deprimido observemos o seu rosto. Ao contrário da manobra objetificante da psiquiatria (o “ser-da-depressão” expresso numa medida, imagem, tabela, etc), é possível captar os pequenos traços que evidenciam um rosto deprimido. Óbvio que não há O deprimido e sim Um deprimido, ressaltadas as singularidades nem sempre visíveis. Assim, a observação do corpo como superfície de intensidades é fundamental.Os afetos produzem um corpo. As depressões produzem corpos-zumbis. Um corpo deprimido está fora das categorias do organismo. O organismo pode estar de pé, mas o corpo não.
(...)
A.M.
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