Comunicação com os psiquiatras? Sem chance. Eles adotaram o corporativismo médico, a pretensa hegemonia em saúde mental, as respostas epistemológicas simplórias sobre a loucura, o menosprezo pelos demais técnicos em saúde mental, a arrogância do poder médico, o ressentimento paranóide acerca da luta anti-manicomial, a negação (no sentido psicanalítico) dos horrores do século XIX cometidos contra os loucos, a reificação do cérebro, as alianças políticas com as indústrias internacionais dos psicofármacos, a produção de doenças para que eles próprias possam medicá-las, o cientificismo à serviço de uma imbelicidade programada como Verdade dos tempos atuais, o gosto por serem médicos carregadores do sistema de trocas generalizadas e geradoras da pobreza universal. Acrescente-se nenhuma culpa ou responsabilidade individual. Não dissemos, ainda assim, nem um terço, ou menos que isso, contra a psiquiatria e o o seu modo predatório em relação às singularidades existenciais.
Antonio Moura
Compartilho da crítica, mas não deslocaria o problema para os psiquiatras. É certo que os psiquiatras exercem a psiquiatria. Mas não só eles. Mais uma vez, remete-se à questão das "teorias". Numa outra vertente, os psicólogos não fazem diferente. Numa vertente mais distante ainda, os juristas não fazem diferente. Seguiríamos assim até chegarmos aos primórdios de algumas instituições básicas: família, divisão do trabalho, religião e governo. Posteriormente, as escolas, a polícia, as prisões. Perceba que a Psiquiatria e a Psicologia são "ciências modernas". Isso é importante. Aparecem no cenário onde o "Homem" aparece.
ResponderExcluir" Mas é claro que o sol
ResponderExcluirvai brilhar amanhã
mais uma vez... "