A matriz de uma clínica da diferença é o delírio. Por isso ela é atravessada por todo tipo de fluxo: um amante ciumento, um torcedor de futebol, um estudioso da ufologia, um paranormal, um excêntrico, um místico, um apaixonado pela natureza, pelas mulheres, pelos animais, pelas plantas, um iconoclasta, um militante das utopias, um crédulo nas teorias da conspiração, um artista isolado do mundo, um pregador de causas perdidas, um bebê, uma criança, uma mulher, um negro, um homossexual, um bicho, um travesti, um músico, um árabe, um quasímodo, um africano, um portador de transtorno mental, um demente, um idoso, uma mulher macho, um homem feminino, um poeta romântico ou anti-romântico, um homem-elefante, um viajante sem pouso, um evangélico fanático, um sonhador na vigília, uma mulher grávida, e mil outros personagens conceituais que escapam das codificações objetivas de um saber prévio.
Antonio Moura
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