A questão fundamental insurge do pensamento de Foucault: o Estado não é distante de nós. Não é algo interior (no sentido de sempre ter que haver um Estado), nem exterior (no sentido de supradeterminação). Ser ou não-ser marxista, aqui, é desimportante. O professor de lá é marxista e péssimo. Isso nada quer dizer. O Estado é feito em zonas de fronteira, construído ali, nas relações de poder mais cotidianas. Palocci, por exemplo, pode ser um professor universitário, um comerciante, enfim, qualquer um que esteja próximo do tipo penal estelionatário. No Brasil, isso é mais comum do que se imagina. Nesse passo, a análise das instituições são pontos-chave, pelo menos para quem deseja novos mundos.
Mais claramente: os corruptos não estão somente em Brasília. Brasília tem uma característica simbólica de sede da República Federativa do Brasil. No entanto, o Brasil é uma falsa federação (é complicado explicar em apenas um comentário), sua idéia republicana é arcaica e ultrapassada, de herança coronelista e conservadora. Em suma, assim como há um "autoritarismo" da União para os demais entes federativos (com autonomia relativa), o que caracteriza o "falso federalismo", há um "autoritarismo" das relações cotidianas patrão-empregado, professor-aluno, psiquiatra-louco, etc. Então, voltando à questão da corrupção, tratar dela é uma questão que envolve tratar da corrupção institucionalizada, na qual Brasília é somente um escopo.
A questão fundamental insurge do pensamento de Foucault: o Estado não é distante de nós. Não é algo interior (no sentido de sempre ter que haver um Estado), nem exterior (no sentido de supradeterminação). Ser ou não-ser marxista, aqui, é desimportante. O professor de lá é marxista e péssimo. Isso nada quer dizer. O Estado é feito em zonas de fronteira, construído ali, nas relações de poder mais cotidianas. Palocci, por exemplo, pode ser um professor universitário, um comerciante, enfim, qualquer um que esteja próximo do tipo penal estelionatário. No Brasil, isso é mais comum do que se imagina. Nesse passo, a análise das instituições são pontos-chave, pelo menos para quem deseja novos mundos.
ResponderExcluirMais claramente: os corruptos não estão somente em Brasília. Brasília tem uma característica simbólica de sede da República Federativa do Brasil. No entanto, o Brasil é uma falsa federação (é complicado explicar em apenas um comentário), sua idéia republicana é arcaica e ultrapassada, de herança coronelista e conservadora. Em suma, assim como há um "autoritarismo" da União para os demais entes federativos (com autonomia relativa), o que caracteriza o "falso federalismo", há um "autoritarismo" das relações cotidianas patrão-empregado, professor-aluno, psiquiatra-louco, etc. Então, voltando à questão da corrupção, tratar dela é uma questão que envolve tratar da corrupção institucionalizada, na qual Brasília é somente um escopo.
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