sábado, 11 de fevereiro de 2012

DE FRENTE COM O  ACASO

Eis o prazer que dá sonhar sem qualquer perigo. Transforma-se os afetos quase todos autocomiserativos em ficções parademenciais (na sua plenitude). E a razão é o prazer de se transformar. Prazer da metamorfose segundo um corpo diferente do kafkiano. Pode ser vil alguma das transformações mas é feliz. Porque é gratuita interior a nós provinda dum acaso. Tudo então depende das nossas relações com o acaso. Da nossa versatilidade. Como sujeitos despreocupados em ser perfeitos. A nossa perfeição se quisermos generalizar é essa. Não ter forma que nos valha perante o acaso.

Witold Gombrowicz - ds entrevista O mundo demencial de Witold Gombrowicz ou a Razão recuperada por sonhos

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