NÃO DIZER ESQUIZOFRENIA
Não trabalhamos com o diagnóstico de esquizofrenia, exceto se houver solicitação de relatório médico formal por alguma entidade e/ou serviço de saúde. Na clínica, contudo, melhor dizendo, na terapêutica e no prognóstico, usamos o conceito de psicose submetido a critérios de operatividade existencial. Isto quer dizer: 1-pesquisa da autonomia subjetiva e social; 2- capacidade de comunicação verbal; 3- capacidade de gerir a si mesmo; 4-capacidade laborativa;5-desempenho de papéis sociais; 6-nível de escolaridade;7-preservação das funções cognitivas; 8-capacidade de auto-crítica; 9-capacidade de crítica à realidade e ao mundo em geral; 10-atitude para com o uso de psicofármacos;11 - adesão ao tratamento; 12-relacionamento intra-familiar; 13-vida amorosa e sexual; 14-pesquisa do átomo social e da rede sociométrica. Outros critérios podem surgir à medida em que o processo de tratamento avança. Esse conjunto de dados possibilitará um uso clínico favorável ao paciente, tanto nos casos de psicoses graves como nas que chamaríamos de leves. O termo esquizofrenia ficará restrito às psicoses onde a maioria destes critérios está comprometida. No entanto, para consumo "interno" e não para comunicar ao paciente.
Antonio Moura
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