sábado, 25 de fevereiro de 2012

O NIILISMO DA SALVAÇÃO

Não existe mundo subjetivo interno. A subjetividade (que preferimos chamar de modo de subjetivação) vem de fora e volta  para fora, mesmo em casos de grave  fechamento existencial, como nas psicoses autísticas. São dados clínicos facilmente observáveis no contexto familiar onde o paciente está inserido..Neste sentido, a redução (na clínica) dos modos de subjetivação aos conceitos de eu, indivíduo, sujeito, consciência, cérebro, comportamento, conexões neuro-sinápticas, alterações físico-químicas, ou qualquer patologia que atinja o chamado organismo e páre aí, institui o primado da  necessidade do controle sobre os corpos. Toda esta engrenagem se encontra encoberta por ideais humanistas de bem ao próximo com um olho na lucratividade  do mercado. Mais doentes, mais remédios, mais profissionais da alma. A salvação dos tempos esquizofrênicos fica na órbita das transcendências do euzinho privado e em paz com suas consciências. 

Antonio Moura

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