sábado, 25 de fevereiro de 2012

O TRÁGICO É ALEGRIA

Podemos compreender a unidade original do sofrimento e da alegria? Na condição de perceber, em primeiro lugar, que de nenhuma maneira um deles pode desenvolver o seu ser fora do outro, que não poderia haver alegria se não houvesse também algo como um sofrer primitivo, não alhures, fora dela, da alegria, na exterioridade, por exemplo, de uma relação intencional, mas nela, como seu suporte mais interior e justamente como sua própria carne. (...) (...) É desse modo que, segundo a afirmação decisiva de Nietzsche, a voluptuosidade nasce da dor (...) (...) Alegria e sofrimento nunca estão, portanto, defronte um do outro, como o carrasco diante de sua vítima; a sua relação exterior constitui apenas a representação de sua conexão interior em cada um daqueles que gozam e que sofrem(...)

Michel Henry - do livro A morte dos deuses - Vida a Afetividade em Nietzsche

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