sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

SOBRE A GUERRA

A política, no sentido antigo de invenção do político, nunca fez outra coisa senão enfiar as mãos nas entranhas sangrentas do cadáver da guerra e tirar daí alguma coisa que pudesse ser usada - alguma coisa que não fosse a guerra. Hoje os militares sabem tudo sobre os civis, mas os civis não sabem  nada sobre os militares. Para mim, esta é a pior situação possível. "Ou seja", os Apocalípticos do Pior. Em contrapartida, o político significa encarar essa tendência aos extremos, esse inimigo, esse falso sacerdote, a fim de questioná-lo - como numa luta com os anjos, ou com o demônio (...) (...) Não precisamos do Estado. Com certeza não precisamos ser protegidos de nossas preocupações sobre algo que é uma condição de nossa existência: a morte (...)

Paul Virilio - do livro Guerra pura, cap. A produção de destruição.

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