O QUE FAZER?
Um mal incurável assola a civilização
industrial. Possui nomes permutáveis conforme interesses
em jogo. O portador de transtorno
mental torna-se o protagonista da anticura.
São etiquetados por
diagnósticos extensos que se
popularizam via mídia. O psiquiatra é chamado num programa de TV para
sancionar veredictos que enchem o
olho - telespectador. Ao fim, a verdade injetada publicamente em
subjetividades em série, constroe um plano de inserção da clínica farmacológica. Tudo é muito natural e
sensacional. Você assiste ao próprio eu
se materializar em cores excitantes e
sons maviosos. Resta trair
a psiquiatria que é sair do esquema pomposo das maquinarias engenhosas, inclusive o rosto da
saúde perfeita. A cognição das formas sociais invasivas adota o feitio do
controle consentido e incentivado. Controlo a
mim, controlo a você. No interior
dos hiperaboratórios, o poder afunila seu ponto de aplicação mais visceral. A
procura da alma dentro do cérebro é
substituída pela procura do cérebro
dentro da alma. Supõe-se certamente que
ela exista desde sempre como a porção etérea não codificável. Chegou a vez de
tratá-la como coisa séria, coisa
de cientistas. O mais a psiquiatria divulga sem cessar. Traí-la sem
retorno é virar ao contrário as baterias
do fármaco até que o
mundo caminhe sobre suas
próprias pernas. Fazer arte
é escutar o paciente. Simples: apague
o diálogo interno. Oh Castañeda
(...)
Antonio Moura.
Então, com os três vetores de pesquisa, família, empresa e Economia de Mercado, teríamos que investigar o trabalho histórico e complexo da conjugação familiar, que, na verdade, é o cerne do Capitalismo. O que seria essa instituição "família"? Como ela se modificou ao longo do tempo? Qual seu conceito atual? Ora, um bom espectador de "O Poderoso Chefão" percebe, em sua própria natureza, que os micro-interesses se coadunam com este conceito: quem é da família e quam não é? Os laços não precisam ser consanguíneos. Em segundo plano, estudar a empresa. Como ela se constitui enquanto "macrofamília", como uma célula-viva, composta de mitocôndria, complexo de golgi, núcleo, etc. Como se dá esse organograma? E mais: que relação ela se constitui com as microfamílias? Ora, sabemos que, se uma família é pobre, ela fornece mão de obra barata para a empresa, que, em troca, lhe dá alguma coisa (um mísero salário, pode ser); ao contrário, se for rica, se não for "dona" da empresa, possivelmente fornecerá mão-de-obra qualificada. E, por último, de que forma essa troca incessante de comunicação entre empresas e famílias, entre microfamílias e macrofamílias fornecem subsídios para uma ciência econômica consolidada, para um modo de operação, gestão biopolítica, de indivíduos e populações, em territórios compartimentalizados, apesar de toda diferença, ou, mais claramente, apesar de só existirem diferenças. Então, essa "padronização" da relação micro e macrofamiliar, seria o propósito final de uma pesquisa desse tipo.
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