terça-feira, 1 de maio de 2012

 O QUE FAZER?


Um mal incurável assola a civilização industrial. Possui  nomes permutáveis  conforme  interesses  em jogo. O portador  de transtorno mental torna-se o protagonista da anticura.  São etiquetados por  diagnósticos  extensos que  se  popularizam via mídia. O psiquiatra é chamado num programa de  TV   para  sancionar  veredictos  que enchem o  olho - telespectador. Ao fim, a verdade injetada publicamente em subjetividades em série, constroe um plano de inserção da  clínica farmacológica. Tudo é muito natural e sensacional. Você assiste ao  próprio eu se  materializar em cores excitantes e sons maviosos. Resta  trair  a psiquiatria  que  é sair  do esquema pomposo das   maquinarias engenhosas, inclusive o rosto da saúde perfeita.  A cognição das  formas sociais invasivas adota o feitio do controle consentido e incentivado. Controlo a  mim, controlo a você.  No interior dos hiperaboratórios, o poder afunila seu ponto de aplicação mais visceral. A procura  da alma dentro do cérebro é substituída pela procura  do cérebro dentro da alma. Supõe-se certamente  que ela exista desde sempre como a porção etérea não codificável. Chegou a vez de tratá-la como  coisa  séria, coisa  de cientistas. O mais a psiquiatria divulga sem cessar. Traí-la sem retorno é virar ao contrário  as baterias do fármaco  até  que  o mundo  caminhe sobre   suas  próprias  pernas. Fazer arte é  escutar o paciente. Simples: apague o   diálogo interno.  Oh Castañeda
(...)
Antonio Moura.

Um comentário:

  1. Então, com os três vetores de pesquisa, família, empresa e Economia de Mercado, teríamos que investigar o trabalho histórico e complexo da conjugação familiar, que, na verdade, é o cerne do Capitalismo. O que seria essa instituição "família"? Como ela se modificou ao longo do tempo? Qual seu conceito atual? Ora, um bom espectador de "O Poderoso Chefão" percebe, em sua própria natureza, que os micro-interesses se coadunam com este conceito: quem é da família e quam não é? Os laços não precisam ser consanguíneos. Em segundo plano, estudar a empresa. Como ela se constitui enquanto "macrofamília", como uma célula-viva, composta de mitocôndria, complexo de golgi, núcleo, etc. Como se dá esse organograma? E mais: que relação ela se constitui com as microfamílias? Ora, sabemos que, se uma família é pobre, ela fornece mão de obra barata para a empresa, que, em troca, lhe dá alguma coisa (um mísero salário, pode ser); ao contrário, se for rica, se não for "dona" da empresa, possivelmente fornecerá mão-de-obra qualificada. E, por último, de que forma essa troca incessante de comunicação entre empresas e famílias, entre microfamílias e macrofamílias fornecem subsídios para uma ciência econômica consolidada, para um modo de operação, gestão biopolítica, de indivíduos e populações, em territórios compartimentalizados, apesar de toda diferença, ou, mais claramente, apesar de só existirem diferenças. Então, essa "padronização" da relação micro e macrofamiliar, seria o propósito final de uma pesquisa desse tipo.

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