GRUPOS DE TRABALHO
(...) (...)Seja o caso da reforma psiquiátrica. Há grupos de trabalho chamados de equipes técnicas multidisciplinares. Seriam grupos de fato ou formações seriais de técnicos? Seriam grupos assujeitados à ordem administrativa ou a alguma outra ordem? Ora, os papéis técnicos compõem um repertório deações práticas (técnicas) para com o paciente.Essas práticas correspondem a modos de subjetivação, as quais precedem a fundação dos grupos. Eles vêm de fora, consistindo de forças que secretam sem parar o valor e o significado das práticas. O ideário da reforma psiquiátrica cunhou o rechaço ao hospital psiquiátrico e a valorização do usuário como ser humano. No entanto, este humanismo não foi suficientemente forte para levar a clínica (ou seja, o encontro com o usuário) para formas descoladas dos antigos clichês do hospício. Entre estes, persiste a submissão ao poder psiquiátrico como representante autorizado da Ciência. Tal submissão produz efeitos sobre o paciente, reduzindo-o a um cérebro que consome remédios químicos. É uma constatação já denunciada por segmentos sociais interessados na qualidade da assistência prestada aos portadores de transtorno mental.
(...)
A.M.
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