quinta-feira, 2 de agosto de 2012

GRUPOS DE TRABALHO

(...) (...)Seja  o caso  da  reforma  psiquiátrica.  Há   grupos de trabalho   chamados  de  equipes  técnicas  multidisciplinares. Seriam   grupos de fato ou formações seriais  de técnicos?  Seriam  grupos assujeitados à ordem administrativa ou  a alguma  outra  ordem?  Ora, os papéis técnicos compõem um repertório deações práticas (técnicas) para com o paciente.Essas práticas correspondem a modos de subjetivação, as quais precedem  a  fundação dos  grupos. Eles vêm  de  fora, consistindo de forças que secretam sem parar o valor e o significado das  práticas. O ideário da reforma psiquiátrica cunhou o rechaço ao hospital psiquiátrico e a valorização do usuário como ser humano. No entanto, este humanismo  não  foi  suficientemente  forte  para levar a clínica (ou seja, o encontro com o usuário) para formas descoladas  dos  antigos clichês   do  hospício. Entre estes, persiste a submissão  ao poder psiquiátrico  como representante  autorizado da Ciência.  Tal submissão produz efeitos sobre o paciente, reduzindo-o a um cérebro que consome remédios químicos. É uma constatação já denunciada por segmentos sociais interessados na qualidade da assistência prestada aos portadores de transtorno mental.
(...)
A.M. 

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