sábado, 18 de agosto de 2012

LOUCURAS  GRUPAIS

(...) (...) A que interesses atende o  grupo? Pode  ser  o interesse do Estado, querendo   suas  apacs para justificar a assistência. O que  mais? O interesse da  sociedade como um todo e o seu  senso comum para saber como andam  (e o que  fazem ) com seus  loucos. Ao contrário, acreditamos que o  grupo deve atender aos  interesses da loucura. Entendemos esta como a conduta libertária avessa aos domínios do Estado e dos seus aparelhos  conexos. Nenhum romantismo. A loucura, na verdade, não tem e não vive de interesses. Ela vive do desejo, é o desejo espraiando-se em produções ao acaso dos encontros. Tal definição alcança o campo do impessoal. Portanto, não falamos do louco, mas da loucura que poderá se encarnar, aí sim, num suposto louco. Pois o desejo está em toda a parte onde se trabalha com o louco. Ressoa a questão: que linhas o desejo percorre ou, ao contrário,  estagna quando  o louco se diz  (ou dizem) que  ele  é doente? Por fim, a análise de um grupo técnico compreende  as linhas e as práticas que o desejo percorre. A equipe técnica é composta por linhas de desejo e práticas que lhe são  co-extensivas. Ela  demanda uma análise político-institucional das suas operações cotidianas.
(...)
A.M. - do texto Grupos e caos, a ser publicado

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